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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Fiocruz desenvolve nova arma contra a febre amarela


Fiocruz desenvolve nova arma contra a febre amarela
Além de diminuir efeitos colaterais, a vacina vegetal vai reduzir o custo de produção, gerando uma economia ao país


O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Bio-Manguinhos) firma acordo para desenvolvimento e produção da primeira vacina do mundo a partir de uma planta.  O imunizante inédito, dispensa a utilização de vírus atenuados ou inativados (não infecciosos), será uma arma para combater a febre amarela, uma das doenças causadas pelo mosquito da dengue, o Aedes aegypti.

O estudo está sendo desenvolvido em parceria com o Centro Fraunhofer para Biotecnologia Molecular e a iBio Inc., nos Estados Unidos. Além de reduzir os efeitos colaterais – raros, porém graves -, o novo imunizante poderá ser fabricado em maior quantidade com custo menor. O método consiste em usar o gene responsável pela principal proteína do vírus que induz a resposta imunológica no organismo. Em seguida, são colocados nas células das folhas da Nicotiana benthamiana, espécie de tabaco. À medida que ela se desenvolve, suas folhas crescem produzindo grande quantidade de antígeno. A mesma técnica é usada na produção de substâncias como insulina, por exemplo, mas é a primeira vez que se chega tão longe com uma vacina.

Atualmente, Bio-manguinhos já fabrica o imunizante contra a febre amarela com tecnologia 100% nacional.  A produção atende o mercado nacional e mais 70 países. A eficácia é comprovada. No entanto, a vacina é obtida a partir de embriões de galinha, o que pode causar alergia em pessoas suscetíveis. Além disso, o uso de vírus vivo pode provocar complicações como encefalite e inflamação no cérebro. Os pesquisadores esperam que com a vacina vegetal proporcione mais segurança. Outra vantagem é que o cultivo da planta será feita pelo método de hidroponia, sem a necessidade de grandes áreas, o que favorece a produção em locais controlados e restritos.

O acordo entre Bio-Manguinhos e o órgão americano foi assinado no início do mês. A Fiocruz investirá US$ 6 milhões no projeto para que o país domine o processo de produção. A previsão é que em três anos comecem os estudos clínicos, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O Ministério da Saúde recomenda que a vacina contra febre amarela seja aplicada a partir dos nove meses de vida e a imunização seja repetida a cada dez anos. Isto vale principalmente para as pessoas que viajam para regiões endêmicas, como América do Sul e África.


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