Alexandre Matos
Indelicadeza e baixo nível. Campanha publicitária de combate à dengue é uma ofensa ao povo argentino. Além de apelativa e preconceituosa, é de péssimo gosto. Os responsáveis pela peça consideram o argentino um inimigo público do Brasil.
Essa atitude ofensiva me faz refletir sobre o papel do profissional de comunicação – jornalistas, radialistas, publicitários, relações públicas e outras pessoas que trabalham em formas diferentes de se fazer comunicação. Devido ao seu poder transformador, a comunicação deve ser tecnicamente apropriada, teoricamente conseqüente e, acima de tudo, eticamente responsável. Portanto, quem financia a baixaria é contra a cidadania.
Elucubrar este fato me remete a uma questão muito discutida nas academias: quem manipula quem? A mídia manipula a massa? Ou seria o contrário? A cidade de Barretos (interior de São Paulo), além dos rodeios, ficou conhecida também pelo tom sensacionalista de suas campanhas publicitárias. Se eles insistem em usar o exagero, é porque pode haver aceitação do público. Significa que o público gosta desse tipo de propaganda. Logo, não se mexe em time que está ganhando. As pessoas acham bonitinho e engraçado ver o Aedes aegypti vestir a camisa da Argentina.
Já passou da hora de o brasileiro saber separar as coisas. Futebol e guerra são coisas completamente diferentes. “Entretenimento”, como esta campanha, só faz despertar o ódio entre os povos. A dengue, que deveria ser o tema principal, fica em segundo plano e tudo parece uma brincadeira de criança boba.
Nota zero para a campanha.
Clique aqui e leia a matéria completa da Folha de S. Paulo.
Que coisa feia ficou esta campanha que só deve ter caído no gosto dos irmanitos.
ResponderExcluirAlém da poluição visual e da péssima diagramação, a Dengue, que é o assunto principal, ficou de fora da campanha.
Que bola fora a dos irmanitos.