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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Dois filmes arrebatadores – diferentes formas de emocionar o público

                    
 

  








Alexandre Matos

Biutiful e Lixo Extraordinário – O primeiro aborda o empobrecimento das relações humanas, já o segundo mostra a transformação do lixo em arte e, principalmente, o resgate da confiança e da dignidade de pessoas que trabalham no maior aterro sanitário do mundo.

Para quem quer emoção e sair do cinema deprimido com a realidade, não deve perder o filme do diretor mexicano Iñárritu, que aborda temas trágicos. Biutiful não tem nada de belo. O filme é sério e aborda questões atuais como, por exemplo, a imigração ilegal na Europa, corrupção da polícia espanhola e exploração do homem. Uma dura crítica a atual situação política no país ibérico, mas que pode se estender a outros países do mundo.

Javier Bardem é Uxbal. Divorciado, cria sozinho os dois filhos. A ex-mulher é bipolar, alcoólatra, viciada em drogas e transa com o cunhado (irmão de Uxbal). O protagonista é também uma espécie de médium que ajuda os mortos na hora da partida. Como se não bastasse, o personagem de Bardem descobre que tem câncer de próstata e que lhe restam apenas dois meses de vida.
Além de todos estes ingredientes, para sustentar os filhos, Uxbal explora imigrantes africanos e chineses. O filme mostra as condições de vida desses imigrantes ilegais, que são tratados como escravos. O diretor não alivia. O filme é tenso do início ao fim.

Enquanto Biutiful mostra a miséria da alma humana, Lixo Extraordinário retrata a beleza proveniente do lixo. O documentário de aproximadamente 90 minutos faz uma análise do trabalho do artista plástico Vik Muniz. O filme mostra a transformação do lixo em arte.
No entanto, o tema central é a recuperação da dignidade humana através do trabalho. É uma forma de celebrar a arte transformadora, que dá trabalho e transporta o indivíduo para o mundo da esperança.
O filme é emocionante com cenas que comovem. Os depoimentos são simples, assim como a gente que trabalha no maior aterro sanitário do mundo - Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ).

Enfim, o filme contempla a arte que, segundo o pai da Psicanálise – Freud -, é a válvula de escape para a mente do homem. É a maneira que o homem tem de se libertar das neuroses que o afligem.

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