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terça-feira, 14 de junho de 2011

Sábado é dia de vacinar a criançada




Farmanguinhos/Fiocruz promove campanha de vacinação contra paralisia infantil e sarampo

Alexandre Matos
Farmanguinhos/Fiocruz promoverá a primeira etapa da campanha de vacinação contra a poliomielite (em crianças de até cinco anos) e o sarampo (crianças de até sete anos), no próximo sábado (18/6), das 8h às 17h, no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), em Jacarepaguá. O evento faz parte do tradicional Fiocruz pra Você, realizado há 18 anos em Manguinhos e há sete no campus Jacarepaguá, onde são esperadas cerca de três mil crianças. Além da vacinação, o Instituto oferecerá serviços de saúde e orientação jurídica aos cidadãos.

Durante a imunização, serão disponibilizados alguns serviços, entre eles o exame preventivo de câncer de mama, teste de Hepatite C, verificação da pressão arterial, testes de glicose e prevenção do glaucoma. As crianças aprenderão a forma correta de escovar os dentes, com aplicação de flúor. A Defensoria Pública do Estado fará atendimento judicial nas áreas da família, cível, fazenda pública, além de oferecer gratuidade na emissão de documentação. Será oferecido o serviço de corte de cabelo. A Unidade de Polícia Pacificadora – UPP – também estará no local orientando as pessoas sobre a resistência ao uso de drogas.

Após a vacinação, a população poderá participar de atividades culturais e recreativas, com a apresentação de artistas com números de dança, teatro, balé. Haverá também apresentação de coral, recital de poesias e grupo de forró. Durante todo o dia serão distribuídos algodão doce, maçã do amor, pipoca e picolé para a criançada.

O Fiocruz Pra Você é um projeto que visa à integração e ao engajamento dos funcionários e das comunidades vizinhas, promovendo saúde, diversão e solidariedade. Participam do Fiocruz Pra Você, no campus Jacarepaguá, a Defensoria Pública Estadual, o Lions Club do Brasil, o Centro de Referência da Juventude da Cidade de Deus, a Guarda Municipal do Rio, Furnas, SESC, Coordenadoria Regional de Saúde, DETRAN, LAMSA, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Centro de Referência Hélio Fraga/Fiocruz, Grupo Alfazendo, Caixa Econômica Federal.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fim de semana chuvoso e com temperatura baixa no Rio de Janeiro. A dica é boa companhia para o cinema e depois um lugar aconchegante para fechar a noite

Alexandre Matos
Quem procura um filme leve, mas com conteúdo, não pode deixar de assistir Minhas tardes com Margueritte, do francês Jean Becker. O filme é classificado como comédia dramática, mas não tem nada de engraçado. Protagonizado por Gérard Depardieu e Gisèle Casadesus, o longa mostra a relação de afeto que se cria entre os dois estranhos. Um filme gostoso de ser assistido, principalmente pela delicadeza. O diretor aborda o tema com muita sensibilidade sem correria, nem gritos ou grandes rompantes dramáticos.

O rude Germain e a velhinha, apaixonada por livros, Margueritte se encontram por acaso no parque de uma cidadezinha no interior da França. Germain é um semi-analfabeto, que fala um monte de bobagens. Ao longo da história, percebe-se que o obtuso tem um coração enorme. Margueritte é uma senhora solitária, que mora num asilo. Ambos se tornam a companhia ideal um para o outro.
Inicialmente, uma conversa normal entre duas pessoas estranhas. Despretensiosamente, Margueritte recita versos e instiga Germain a descobrir a magia dos livros, que nunca fizeram parte da vida dele. É neste momento que aflora esta súbita, linda e eterna amizade. Os dois passam a se ver diariamente no mesmo parque, onde a doce velhinha lê livros para o bonachão Germain. O grandão mergulha no universo literário e é instigado a ler.

Minhas tardes com Margueritte segue até o fim sem cair no clichê. A direção perfeita de Becker não deixa o filme apelar para lágrimas. Os personagens são verdadeiramente humanos com histórias de vida comuns.

Outra ótima pedida é o documentário brasileiro Quebrando o tabu. O filme dirigido por Fernando Grostein Andrade nos remete a um debate frontal sobre a descriminalização das drogas. Com 80 minutos, o documentário faz um apanhado histórico sobre o uso de drogas pelo ser humano. A maconha fica em primeiro plano, apontada como menos nociva que bebidas alcoólicas e o tabaco. Mas outras drogas mais potentes também são abordadas. O tema divide opiniões e ainda é um tabu no Brasil. Portanto, esta é uma oportunidade de desenvolver o senso crítico e absorver diferentes opiniões.

O ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, funciona como um âncora do programa, mostrando situações e ações em diversos países. FHC faz uma análise ao debater o tema com especialistas e leigos. O filme apresenta ainda argumentos e declarações de personalidades como os ex-presidentes americanos Bill Clinton, George Bush (o pai) e Jimmy Carter. Além disso, expõe experiências do médico Drauzio Varella, do escritor Paulo Coelho e do ator mexicano Gael Garcia Bernal.


A direção usou com inteligência os recursos de arte gráfica, uma estratégia pouco explorada em documentários brasileiros. Com isso, o cineasta une equilibradamente animação e sobriedade sem perder o enfoque principal do filme: uma discussão aberta para por fim a esse tabu.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Genialidade de Nelson Rodrigues com doses shakespeareanas


Alexandre Matos
Esta é a última chance de conferir um espetáculo que une a genialidade de Nelson Rodrigues, os conceitos de Gilberto Freire em Casa Grande e Senzala e a competência de Newton Moreno. Memória da Cana é simplesmente arrebatador. Baseado na peça Álbum de Família, de Nelson Rodrigues, a adaptação e direção de Newton Moreno têm doses shakespeareanas de tragédia contemporânea. A peça é interpretada pela companhia de teatro paulista Fofos Encenam. Uma excelente oportunidade de ver teatro de verdade, como nos velhos tempos, quando predominava a interpretação e o tema.

A peça é dirigida brilhantemente por Newton Moreno. O diretor rompe com todos os padrões e explora relações incestuosas, traições e intrigas numa família conservadora de uma sociedade retrógrada. A história é transportada para o nordeste brasileiro de Gilberto Freire, o que comprova a universalidade do tema. O espetáculo é uma crítica à sociedade hipócrita e conservadora. O enredo aborda as relações de uma família nordestina marcada por conflitos num ambiente em que predominam o ódio, a inveja e a conspiração.

O cenário intimista lança o espectador para a casa dessa família, comandada pelo patriarca Jonas. A disposição do público segue a divisão da casa em cômodos. As paredes são representadas por cortinas transparentes. A sala fica bem ao centro, onde se passa a maior parte das cenas. O espetáculo é digno de um estudo psicanalítico e antropológico.

Memória da Cana está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB - de quarta a domingo, às 19h30.