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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Um clássico em pleno século XXI

Alexandre Matos
Se eu tivesse que recomendar um único filme em 2011, não teria dúvidas: Meia Noite em Paris. O longa, dirigido por Woody Allen, é simplesmente espetacular. O cineasta presenteia o público com uma trama envolvente, repleta de referências e, acima de tudo, uma importante lição de vida. São cem minutos de prazer incomensurável. A comédia romântica exalta toda a beleza da Cidade Luz. É, sem dúvida, uma ode a Paris.


Uma beleza
A cena inicial já dá o tom do filme. Ao som de Cole Porter, Woody Allen usa e abusa com lindas imagens da capital francesa. As ruas, os monumentos, o brilho, as pessoas, as esquinas, as brasseries, os cafés e o adorno da chuva. É simplesmente extasiante.

O filme é uma pérola, daquelas que devemos ter em casa. Daqui a dez anos, ao abrirmos a gaveta, lá está.

Estrelado por Owen Wilson e Rachel McAdams, Meia Noite em Paris conta com as participações de luxo de Marion Cotillard e Kathy Bates. A primeira-dama francesa, Carla Bruni, também faz uma ponta e dá conta do recado.




A viagem

Em Meia Noite em Paris, Woody Allen transporta o personagem principal para uma viagem no tempo. Gil Pender – interpretado por Owen Wilson - é um roteirista americano que considera suas obras um lixo e pretende largar tudo para se tornar um escritor.

Em visita à cidade com a noiva (Rachel McAdams), o personagem vive um romance exageradamente saudosista, tudo é pretexto para se lembrar do passado e dos que fizeram arte ao beber da fonte, que é a Cidade Luz. Numa certa noite, após umas taças de vinho, Pender caminha pelas ruas de Paris e acaba "viajando" no tempo e vai parar na década de 20. Lá, ele descobre uma grande verdade.


A receita

O cineasta explora toda a beleza da Cidade Luz, adiciona grandes ícones da literatura e da arte para falar que o melhor do mundo é o aqui e agora, sem nostalgia nem expectativas. Estamos sempre em movimento e construindo a história. Temos de tirar o chapéu, pois o cara é genial.


Woody Allen busca referências da literatura e da arte para eliminar o saudosismo. Com isso, entram em cena famosos escritores, como Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, os artistas plásticos Picasso, Matisse, e os surrealistas Salvador Dalí e Luís Buñuel.

Imagine se em algum momento você tomar umas e outras e viajar até a década de 20, época de experimentação e mudança na linguagem brasileira. Vivenciar as transformações políticas e culturais do país e toda a agitação da Semana da Arte Moderna.

O rompimento com o passado e a introdução do Modernismo na literatura e artes plásticas. Ter a oportunidade de conviver com nomes sagrados do imaginário brasileiro, como Drummond, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Mário e Oswald de Andrade. Entrar num bar e bater aquele papo com Tarcila do Amaral e arriscar alguns comentários sobre a antropofagia de sua pintura, então representada por Abaporu. Tudo isso é possível na pérola que Woody Allen nos presenteou.





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